30 abril 2006

Sobre blog

Os blogs como espaços para a experimentação do novo

Um dia, o professor de Ética Kleber Jean Matos Lopes, do curso de Jornalismo da UVV, acordou como Zé, o outro. Nada de estranho, em se tratando do blog administrado por ele (http://zeooutro.zip.net) de 25 de agosto de 2004 a 20 de abril do ano passado, como parte da metodologia aplicada à sua pesquisa de doutorado em Psicologia.

O resultado é a tese "Transfiguração do humano na cibercultura: a análise de um blog que não coube em si", defendida na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), em março último. A pesquisa contou com bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj).

Blog é um diário on-line em que se publicam histórias, idéias e imagens. Mas há muito essa ferramenta virtual deixou de ser mero "diário íntimo de adolescentes", explica Kleber. "Hoje, são ferramentas para múltiplas formas de comunicação, trabalho, discussão em grupo e registro de atividades. Atualmente, ganham mais projeção os blogs jornalísticos.

"Em sua tese, ele analisou a "condição blogueira", ou seja, como as pessoas se relacionavam e projetavam suas personalidades na Internet.

Um ano depois da experiência participativa em seu blog, Kleber constatou que os relacionamentos estabelecidos nestes espaços se assemelham aos da vida cotidiana, quando as pessoas permitem ser elas mesmas e não uma imagem ou "script" que constroem para si.

O outro. Para compreender os mecanismos de figuração (a criação de um "script" e a crença nessa personalidade fictícia) e transfiguração (quando o blogueiro – pessoa que escreve um blog – permite ser ele mesmo e estabelecer relacionamento com outros), Kleber inventou um personagem, o Zé.

Desta forma, apresentou-se à comunidade blogueira e começou a "postar" (enviar) mensagens para o seu blog, além de fazer comentários em outros. Mas, três meses depois, percebeu que essa imagem não se sustentava. "Às vezes, fui eu mesmo, mas não dei conta de ser Zé, o outro", afirma. Foi aí que "a ficha caiu", diz. "Algumas pessoas, quando vão se relacionar com outras, montam scripts de si mesmas, mas ninguém consegue cumprir isso porque as pessoas se transformam em outras, seja no ambiente real ou no cibernético", analisa.

Os relacionamentos se estabelecem quando o blogueiro se transfigura, reconhece que ele mesmo é um "outro" em relação a alguém. "A transfiguração não depende só de você, mas no relacionamento que se estabelece com o outro."

Isso ficou mais claro quando o professor abandonou o personagem "Zé" e passou a postar mensagens como Kleber. "Aí sim comecei a me relacionar pela Internet. Os comentários que eu respondia em meu blog traziam mais pessoas para ele. Quem fazia figuração, desapareceu do blog. Já as que se transfiguravam, construíram histórias, vivenciaram algo novo", conclui.


A intenção de postar essa matéria, que saiu na A gazeta do dia 25 deste mês, é de pensar sobre nosso blog, flog, orkut. ..


Fazemos deles nossa atualidade, nossa virtualidade ou nossa imaginação?
Queremos ser na Net o que realmente somos ou preferimos usa-la para criar o que deveríamos ou preferiríamos ser?


Somos o que somos ou que os outros gostam que somos?


Seriam os blos, flogs, orkut uma forma de imagem ou uma forma de identidade?
Por que os criamos?

28 abril 2006

Couaniçmcão

Duas colegas se reencontram no ônibus.

-Oi. Quanto tempo. Tudo bem?

-Tudo e você?

-Tudo jóia também. E as novidades?

-Mudei de casa, de namorado e criei um blog dáblio dáblio dáblio ponto nunca se esqueca ponto blogspot ponto com.
Ele é ótimo tem um pouquinho de tudo.

-Queria um namorado assim.

-Não... Eu estava me referindo ao meu blog.

-Ah, tá, mas que bom que tá namorando porque acho que eu não vou arrumar namorado é de tipo algum.

-Post nº 32. Fala exatamente sobre mulheres que sentem dificuldade em arrumar um bom namorado.

-Ann.?...E sua mãe, sua tia Dalva e aquele gatinho do seu irmão, como estão?

- Adoro falar sobre a minha família, este foi o meu primeiro post: Family living.
tan tantantan tanranta tantantan (toca o celular, o toq é tão personalizado que aposto que você não conseguiu entender rsrs) Alô, oi Tamy. Tenho sim. Entra no meu delicious, vai ao útimo site listado, o nome é fotos de lingerie, e lá você verá um link que te dará acesso à essas fotos que você deseja. Tá? Beijo. Tchau. Era a Tamy querendo ver as novas fotos da Crys. Lembra da Crys?

- Sim. Você tem falado com ela? Como ela está?

- Jamais eu me esqueceria dos amigos, por isso fiz um post em homenagem a todas as meninas que vão à luta em busca de seus sonhos. Também postei algumas fotos dela e criei uma comunidade no orkut: Crys Gaygher!! Chiq Né?. Também falo com ela por msn.

- O Ponto está chegando preciso ir. Tchauzinho.

- É.. Você tem msn?

- Não.

- Orkut?

- Não. Chegou. Preciso ir.

- É perai... Algum site, blog, flog?

- (já descendo a escada do ônibus) Não, não, também não.

- O seu telefone então (gritando). iii, não deu tempo, não tem problema, pesquiso na net. Mas... Como é mesmo o nome dela?

- Nossa a Débora não respondeu nada do que eu perguntei, pior que nem lembro o endereço do blog dela.


Desculpem-me os especialistas em contos. Não sou muito boa nisso. Mas o objetivo do post é suscitar opiniões, aversões, críticas, elogios a cerca da comunicação na internet, em especial os Blogs.

Não poderia deixar de me explicar. Estou com saudade da Crys (para quem não a conhece é uma companheira de sala que foi pra Sampa), daí resolvi colocá-la como uma personagem. Ah! E se ficou curioso(a) para saber se o papo das fotos é verdade, entra lá no meu delicious www.delicious.com/lunelia.

23 abril 2006

Consumir pra viver ou viver pra consumir?

"Por um lado está bom e por outro não. Acho que o preço das coisas continua caro mas, trabalhando, a gente consegue. Estou pagando a prestação de uma geladeira, que comprei em 10 vezes, pelo mesmo preço de à vista. Televisão de 29 polegadas? Quando eu comecei a trabalhar eu não tinha nem preto-e-branco. Eu também nunca pensava em comprar um carrinho, não tinha esperança. Agora compramos um Corsa. Já passei tanta coisa nesta vida, quando morava no Sossego, que em Carapina eu estou me sentindo perto do céu. Eu trabalho aos sábados e domingos e meu marido está trabalhando em Minas Gerais, porque aqui não achava emprego. Para quem trabalha está bom, mas para quem quer ficar só de braço cruzado não vai melhorar nunca."

Esse é o depoimento de Milta Ferreira Bastos, uma diarista, 42 anos, casada e mãe de seis filhos à Gazeta de hoje para a matéria “Valorização do salário mínimo cria novas classes de consumidores”.

O objetivo deste post não é criticar o depoimento da diarista e nem falar sobre o que saiu na matéria, mas sim refletir um pouco sobre os significados do consumo para nossas vidas.

Consumimos constantemente e não paramos um instante para refletir sobre os efeitos do consumismo em nossas vidas. E nem sequer achamos isso importante, pois o consumir, está associado a conquistas, a vitórias, a qualidade de vida, a sucesso. Não é à toa que em cima da foto da Milta estava o título “Vida de sucesso”.

Quando nosso poder de compra é elevado, temos a sensação de ter conquistado um enorme poder: o poder de consumir muito além do que precisamos. Temos o poder de satisfazer nossos desejos (a casa, o carro, o celular, os óculos de marca). Entretanto, um poder disfarçado, pois estamos simplesmente reproduzindo o "ciclo de desejo-aquisição-desilusão-desejo renovado" -denominado assim por Campbell.

Somos então uma sociedade hedonista, ou seja, temos o prazer individual e imediato como supremo bem da nossa vida?Acho que não! Vivemos uma busca eterna de estímulos externos, de desejos insaciáveis (pois o novo fica velho rapidamente e temos que consumi-lo novamente), desperdiçamos e consumimos sem nos satisfazermos. Quando um novo carro nos tornou permanentemente felizes? Um novo amante? Uma roupa nova? O prazer é tão fugidio quanto o desejo original de consumir. Os nossos desfrutes são marcados por sua futura e inevitável perda, traçado, ainda, por um desejo urgente de ter mais. Não temos a experiência do verdadeiro prazer, nem mesmo do prazer imediato, pois essa nossa realização individual está fadada ao fracasso .

Percebo que somos na verdade uma sociedade que pensa ser feliz e ter sucesso com o consumo, mas que na realidade estamos é nos consumindo com tudo isso e nos tornando carentes afetivamente, solitários, tensos, frustrados profissionalmente, estressados ou simplesmente “tediados”.

16 abril 2006

Desabafo



Na semana passada em Santa Maria de Jetibá,no interior do Espírito Santo, Maria Helena Zibell uma lavradora de 29 anos foi para um hospital operar uma fístula no ânus e saiu de lá sem o útero. O médico Lourival Berger, que a operou diz que lamenta o fato, mas infelizmente ela não poderá ser mãe. Ele alega ter sido induzido ao erro, pela falta de organização do hospital, diz que seguiu o que estava escrito no quadro.

Apenas um detalhe: foi ele quem diagnosticou a paciente três semanas atrás. Eu fiquei imaginando se fosse uma filha dele que estivesse noiva e fosse operar uma fistula no ânus e saísse sem o útero. Será que ele simplesmente lamentaria o caso ou ficaria revoltado, assim como eu estou, e faria de tudo para punir os culpados???
Acho que sei a resposta.

O caso é tão absurdo, são tantos os erros consecutivos que me deixa indignada. E esse, é apenas um caso que se tornou público, há muitos outros pelo Brasil a fora que nem tomamos conhecimento. Pessoas simples, como essa lavradora, que possuem poucos recursos são tratadas dessa maneira.

15 abril 2006

Eu não tenho Orkut



Achei interessante essa charge, e confesso que não sou fã, nem adepta do orkut. Mas muita gente gosta coloquei para quem tem, ficar esperto com o que expõem da sua vida. Afinal, todo mundo tem acesso.
Bom feriado a todos... fui!!!!!

10 abril 2006

CONSCIÊNCIA POLÍTICA


Eis 2006! Ano de eleição e de Copa do mundo. Quanta responsabilidade para os jogadores e para os eleitores. pena que os eleitores não confiam nessa responsabilidade . É tanta corrupção e impunidade que o quanto o brasileiro acredita na seleção, ele desacredita na política. A descrença é tanta que muitos se sentem mais importantes como torcida do que como eleitores.

Por que isso, se as conseqüências da política afetam muito mais a vida da sociedade do que a vitória do Brasil na Copa? Falta aos eleitores a CONSCIÊNCIA POLÍTICA, pois com ela, eles não concederão seus votos sem antes investigar toda a trajetória política dos seus candidatos, prevenindo-se, assim, contra qualquer tipo de decepção futura.


Com a CONSCIÊNCIA POLÍTICA os eleitores ficam de olho nos seus candidatos, nos vices, nos suplentes, nas articulações, nas coligações partidárias e no programa de governo.
Com a CONSCIÊNCIA POLÍTICA o eleitor descarta um candidato com qualquer ligação perigosa ou com alguma questionável capacitação moral.
A CONSCIÊNCIA POLÍTICA é capaz de oferece ao eleitor a poderosa arma contra políticos corruptos: a informação.
A CONSCIÊNCIA POLÍTICA impede que o eleitor caia na lábia de marketeiros políticos, pois o espetáculo das campanhas não ilude, não engana, nem encanta eleitores bem informados.
As conseqüências da CONSCIÊNCIA POLÍTICA fazem com que os cidadãos percam suas desilusões pela política e percebam nela o grande trunfo para as mudanças, transformando eleitores indignados e desacreditados em eleitores criteriosos e ativos.

Que todos esses escândalos de corrupção, nos deixem de lição, o despertar da nossa CONSCIÊNCIA POLÍTICA, para que durante as eleições sejamos eleitores tão vigilantes como somos como torcida.

07 abril 2006

" ELE "




Ele é o conhecido de todos, quem mora em Vila Velha e estuda na Ufes dificilmente já não passou por ele. Eu o encontro todos os dias, e, sinceramente, não tenho muito prazer.

Terminal lotado sete e alguma coisa da manhã um corre-corre danado, gente saindo e entrando num ritmo frenético, porém cotidiano. Entre uma pessoa e outra chego ao meu destino. A fila. Como ele é especial, tem duas. Eu quase sempre vou para a segunda. Afinal, o caminho é longo, quero ir sentada.

De longe é perceptível sua chegada, a poeira é o aviso de que ele está encostando. Enfim, ele chega. Entro, procuro um bom lugar que fuja do sol, e começa a viagem. Logo que ele sai ouço um grito: “Desculpe incomodar o silencio de sua viagem, mas não estou aqui para roubar, estou aqui trabalhando honestamente para sustentar minha família. Vendo três deliciosas balas pela quantia de um real ou um vale transporte. Agradeço a quem puder me ajudar e que Deus abençoe a todos”. Esse discurso é repetido duas ou três vezes até chegar à faculdade. Pode até mudar o produto, mas a fala é a mesma.

Quando ele chega ao terminal... Que tristeza! Ele não comporta todo mundo, tem gente esmagada pela porta e caindo em cima de quem está sentado. É uma loucura! Uma mistura de cheiros que impreguinam o ar; gordura, perfumes fortes é de embrulhar o estômago.
No trajeto tem a ponte. Quando ele a sobe, é o melhor momento da viagem, pois o ar circula, e as paisagens fazem o dia ficar bem mais bonito. Assim, ele vai de ponto em ponto, nada muito interessante até que cada um vai chegando aos seus destinos.

Ele tem um calor próprio e insuportável, verão dentro dele, sem comentários. Apesar de todos os defeitos tenho que admitir que dentro dele conheço algumas pessoas, presto atenção em muitas conversas, revejo amigos e principalmente, reflito sobre a vida. Eu poderia falar muito mais dele porque cada dia algo novo acontece, no entanto, vou parar por aqui. Chega, de 507 eu já o vejo todos os dias.

05 abril 2006

A AgoniA Da Ve l o c i d a d e



Vivemos em uma época em que precisamos fazer tudo ao mesmo tempo. O mercado nos exige especialização, mas ao mesmo tempo devemos saber de tudo, tudo ao mesmo tempo, e pior ainda, sem termos tempo. Por que se há uma coisa que não temos mais, é tempo. Perdemos o tempo porque o homem interferiu na sua criação natural, comprimindo o tempo e o espaço, tornando-os um só.
Com essa perda, nós vivemos o imediato, o instantâneo e a impulsividade, com uma eterna busca pelo futuro. No entanto, uma busca que é feita sem tempo, conseqüentemente, sem reflexão, sem discussão, sem buscas filosóficas.

Para essa busca, sacrificamos o presente e nos tornamos reféns de nó mesmos, dos nossos desejos efêmeros. Perdemos a contemplação e ganhamos o consumismo, perdemos a paciência e ganhamos o estresse, perdemos o hoje (pois ele já ficou velho) e ganhamos um futuro sem tempo, onde não iremos mais brincar de pique-esconde, sentar ao lado do amigo para conversar, almoçar em família, saber quem são nossos vizinhos, olhar nos olhos dos nossos professores, andar de bicicleta no parque, além de tudo, um futuro que não podemos alcançar, mesmo porque, não temos tempo pra isso.

04 abril 2006

Olhe para o outro

Somos tão ocupados, trabalhamos muito e vivemos correndo. A primazia do EU é tanta que nem percebemos quem está perto de nós, e menos ainda suas necessidades. A busca do novo é incessante.
Antes aprendíamos a fazer uma coisa de cada vez, hoje, temos que dar conta de tudo ao mesmo tempo, e com eficiência. E nesse ritmo vivemos nós, que de alguma maneira, estamos inclusos no modelo vigente de sociedade. Mas há uma grande parte de excluídos que vivem à margem desta, e sofrem com o descaso. Muito é dito, no entanto, pouco se faz em relação a essas pessoas. Entregar a responsabilidade no governo e cruzar os braços é um discurso ultrapassado.
A Casa da Criança, por exemplo, é uma instituição sustentada por doações que abriga crianças com o vírus HIV positivo. Parece antigo mas é válido retirar uns minutos do seu tempo, que é escasso, para doar um abraço e um carinho para essas crianças. Que são ricas de sentimentos e amor, e carentes na maior parte de seu caminho.
Normalmente elas têm uma saúde física frágil que os tratamentos podem modificar. Dentro delas há um tesouro composto de vida, esperanças, força de vontade e amor intenso.
E se engana quem acha que estar com essas crianças especiais faz bem só para elas. Faz muito bem para nós que certas vezes nos deixamos abater por fatos pequenos, enquanto elas são felizes por pequenas vitórias.

02 abril 2006

ApRenDeMos Na EsCoLa ?!


O ensino nas nossas escolas é marcado por uma curiosa contradição. Recebemos uma carga de informações, que ao analisarmos o conteúdo, perceberemos que há um excesso de aprendizado que não contribui para a vida e conscientização do educando. Muitas matérias não passam de “decorebas” que se servem apenas para resolução de palavras cruzadas, como expressa Fabio Flores- professor de Pedagogia e Comunicação Social – em seu texto Dieta Pedagógica publicado no último sábado em A Gazeta.


A diversidade e amplitude das matérias escolares são fartas, mas são carentes e limitadas. Aprendemos as forças da física, fazendo cálculos exuberantes, mas não discutimos sobre os efeitos das novas tecnologias.
Estudamos toda histologia animal, entretanto, nada nos ensinam sobre a capacidade que o nosso corpo tem de se comunicar (fazemos isso todos os dias e nem percebemos). Anos foram gastos para nos ensinarem sobre a literatura (quanto ouvimos falar de barroco, arcadismo, romantismo, realismo), mas pouco (ou mesmo nenhum) tempo nos foi concedido para aprendermos a contemplar à arte.
Estudamos toda a história do Brasil e do mundo, mas nos carece o saber sobre política, e pior, somos conduzidos a detesta-la. Aprendemos a ler, a escrever e a decorar várias regrinhas gramaticais, mas entramos na faculdade (e muitos também saem) sem a habilidade de escrever e a dedicação à leitura.
Não temos tempo para ler. Roubaram-nos esse tempo. Quem roubou? Os outros meios de comunicação, sobretudo, a televisão. Eis aí um grande problema: não nos ensinaram sobre essa “grande ladra”. A escola não nos ensina assistir à televisão, nem a estudar as imagens.
O pedagogo espanhol Joan Ferres conta em seu livro Televisão e Educação que o tempo em que os jovens ficam na escola é bem menor que o tempo na sala de aula. Ele nos lembra que se dedica mais tempo a ensinar a ler do que será dedicado depois à leitura; dedica-se mais tempo a ensinar a arte do que será dedicado depois a contempla-la. Mas com a TV é o contrário (muito tempo é dedicado para assisti-la e nenhum tempo para estuda-la). É a prática que os cidadãos estão menos preparados.
Talvez essa reflexão não nos leve a nada, mas talvez ela nos desperte para essa contradição da escola e nos preocupemos um pouquinho mais com a educação de nossos filhos e com a urgência de suprir essas carências escolares.